Ei, moça, hoje eu acabei de ver aquela série. É, aquela que a gente tinha combinado de ver juntas. Eu comecei a ver no dia seguinte do fim, foi meio que uma despedida, sabe? Doeu no começo, não vou negar, depois foi ficando a parte boa, as lembranças, aquelas, inesquecíveis. Cada episódio tinha músicas de um cantor diferente e esse último, que acabei de ver agora, tinha músicas da Cássia. E eu acho que nunca te contei, porque sempre achei meio piegas, mas muitas músicas dela me fazem lembrar de você. É uma série sobre paixões, sobre intensidade, indas e vindas. Intensidade. Acho que esse é o meu maior problema, sabia? Tem tanto aqui dentro que nunca soube caber em espaço pequenos, comigo sempre transborda. Eu quis ver ela, a série, bem devagar, saboreando cada frase pontualmente,. Talvez por me lembrar tanto a gente, eu não queria terminar rápido, medo do fim, fim esse que já aconteceu, mas que a gente demora as vezes pra entender. Mas esse último episódio, eu devorei de uma só vez, na ânsia de saber se eles iam terminar juntos, mas não, não terminaram, como toda grande paixão, todo grande amor. Mas o final não foi triste, nem foi feliz, só foi, bem como a gente. A última música, é uma música do meu grande ídolo Renato Russo, cantada pela Cássia, chama Por enquanto. Não sei se você conhece. Cada trechinho dela canta você pra mim, canta o nosso nós, o nosso quase, o quase mais bonito que eu já vivi. O tempo está passando rápido demais e você não passa aqui dentro. Talvez não passe nunca. Eu sei que você não foi o grande amor da minha vida, porque acho que amor precisa de muito mais do que a gente viveu, mas a paixão... Ah, moça, desde que parei a primeira vez nesses teus olhos cor-de-terra, eu já sabia que tinha me apaixonado. Coisa derradeira essa de paixão, né? Toma a gente por completo, nos enlouquece. Você me tomou de todas as formas possíveis. Mas como toda paixão, no fundo a gente sabia, era feita pra não dar certo. Não vou dizer que não acreditei, sim, eu acreditei, mas sou capricorniana, sempre tive meu pé atrás, ainda bem, senão o tombo teria sido maior. Foi exatamente como tinha que ser. Não me arrependo, ao contrário, foi uma das coisas mais bonitas que já senti, você continua presente mesmo na ausência, as lembranças tão vívidas não me deixam passar um dormir ou acordar sem pensar em você. E eu, já nem tento mais fugir. Vou deixar aqui a música, pra você sentir e quem sabe, também não esquecer de mim.
Mudaram a estações, nada mudou, mas eu sei que alguma coisa aconteceu, tá tudo assim tão diferente. Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar que tudo era pra sempre? Sem saber que o pra sempre, sempre acaba. Mas nada vai conseguir mudar o que ficou. Quando penso em alguém, só penso em vc e aí então, estamos bem. Mesmo com tantos motivos pra deixar tudo como está, bem desistir, nem tentar, agora tanto faz, estamos indo de volta pra casa...
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O projeto tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e da Fundação Cultural do Estado da Bahia - FUNCEB (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.
Pois é, Fevereiro, meu bem. Esse mês bonito que, só de falar, já me deixa com água na boca. O mês que arrasta multidões de um lado pro outro, pra cima pra baixo e... Aqui estamos nós: trancafiados. Se-pa-ra-dos. Quem diria, ein? É, baby, esse ano não tem chuva, suor e cerveja. E você não vai correr o delicioso risco de tropeçar num grande amor em alguma esquina da cidade. Agora, todo passo precisa ser milimetricamente calculado e cheio de protocolos. Não se pode andar por aí, sem rumo, fantasiado de todas as cores, enchendo de alegria a praça e o poeta, como manda a canção.
Sei que não temos lá muitos motivos pra comemorar esse ano. Eu também acompanho o noticiário, ainda que me dê vontade de gritar.
Mas, cara, não seria bom poder jogar confete e serpentina em tudo o que é escuro e feio e enfeitar a vida até que fosse verdade? Pra mim, é impossível não ficar triste sem carnaval. Simples e irremediavelmente triste. Sentindo saudade de todos os amores que estou sendo impedida de viver e sentir. E chorando por todo o carnaval de sensações que me foi arrancado sem aviso prévio. Morrendo de vontade: das luzes, dos gostos, das andanças, dos sons... E esperando que o próximo verão chegue trazendo um bocadinho dos sorrisos que não foram exibidos pelas ruas da cidade esse ano. Mas, apesar de triste, eu te prometo, baby: que “haverão outros verões”, carnavais e tudo mais.
Quando esses dias chegarem, pode deixar que eu vou mimar você. Nas quatro estações. Como diz a música. E meu coração vai estar bem aqui, em festa, batucando em ritmo acelerado o quanto eu te quero bem. A minha fantasia, esse ano, é um dia poder te encontrar!
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no rolo da minha câmera onde antes existia uma sequência de selfies
existe agora um amontoado de você com várias poses engraçadas e fofas e um sentimento novo brinca no meu coração cada vez maior desde que você me ensinou a viver tudo diferente você é um cachorro a alma mais sincera do mundo professor de agoras você é feliz no hoje me puxa para o presente me acorda para o instante você é carinhoso ao pedir carinho enlouquece quando estamos loucos é feliz mesmo quando parece triste você acendeu uma luz tão linda e dócil aqui em casa e dentro de nós seis que eu às vezes esqueço que um dia chamamos de lar algo que não era assim tão completo até você chegar eu nunca imaginei um dia que um trocinho de quatro patas iria ressignificar o sentido de muito do tudo que sinto eu falo de amor diferente depois de amar você e aí eu continuo e deito e cheiro e beijo você que não gosta de abraços mas abraça nós todos de uma vez do seu jeito de bicho ignorando os nossos defeitos e falhas e enxergando muito daquilo que às vezes nem a gente sabe que tem sabia que atualmente o meu novo som preferido é o barulhinho das suas patinhas se aproximando cada vez mais depois de me ouvir dizer: cadêoneneindeZayaB? em tempos de quarentena você se empolga com todas essas presenças em tempo integral aí então todo mundo entende sobre a oportunidade e o privilégio que é estarmos embolados com tudo e com você vou escrevendo e refletindo que nunca pensei um dia falar de amor para um cachorro concluo que quem me conheceu antes de você já não me conhece mais e tudo que eu amei antes de você hoje amo melhor e mais bonito obrigada, B.
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